... e isso parece que não entra na cabeça das pessoas.
Obviamente que não queremos nos separar das pessoas que gostamos, mas a vida é um ciclo e que, dependendo da sua crença, segue uma vertente ou outra no que diz respeito à morte.
Desde meus 9 anos eu venho me deparando com a morte de pessoas amadas, mas somente aos 19 anos que comecei a ver esse momento de uma forma mais racional e, para alguns, um pouco fria.
Realmente é muito ruim perder alguém, aceitar que aquela pessoa nunca mais estará ali, dói pra caramba, mas determinadas pessoas precisam parar de ser egoístas e aceitarem que quando as pessoas estão doentes e que não existe mais a possibilidade de cura, que a mesma se vá e que finalmente pare de sofrer. Vejo gente querendo que a pessoa permaneça viva mesmo estando muito mal... ora ora, faça-me o favor!!!!
Como estava falando, aos 19 comecei a ver a morte com outros olhos quando perdi a minha avó materna. Vovó Marina cuidou de mim nos meus primeiros meses de vida quando mamãe precisava ir pra aula na faculdade, talvez isso tenha criado um laço muito forte... Amei-a de uma forma muito especial, com cheirinho de banho tomado no final da tarde e com pescoço cheio de talco, vovó foi e sempre será muito especial, mas quando eu tinha 19 anos ela adoeceu muito gravemente (que eu só vim saber ano passado que se tratou de câncer) e eu já sabia que ela não conseguiria se curar, então preferi que ela se fosse, que todo aquele sofrimento acabasse.
Vovó faleceu uma semana antes de completar 73 anos, eu estava fazendo a minha tão sonhada viagem para o Sul do país, quando voltei soube que dia 8 ela havia nos deixado e isso já era dia 12. Fiquei com raiva no início por não terem me contado, mas depois entendi... Não ia adiantar nada estragar minha viagem por algo que eu não poderia modificar.
Missa de sétimo dia da vovó foi celebrada no dia de seu aniversário de nascimento, isso doeu e ainda dói, lembrar desse momento ainda dói mesmo tendo aceitado com muita facilidade sua partida.
A partida dela me fez ficar mais forte e com esse amadurecimento eu comecei a aceitar muito melhor qualquer falecimento.
Há 5 anos e meio perdi um grande amigo, aliás, perdi meu grande amigo, ele ao contrário da minha avó, era jovem, tinha uma vida inteira pela frente, mas infelizmente também adoeceu e diante do quadro dele que só piorava eu já esperava pelo pior, fui me preparando, consolando dia pós dia pra aceitar quando ele se fosse, mas eu rezava todos os dias para que ele se curasse. Infelizmente isso não aconteceu e nós o perdemos. Foi uma perda irreparável, éramos muito ligados e acredito que voltaremos a nos encontrar.
De todas as pessoas amadas que já perdi levo comigo doces e engraçadas lembranças e ao invés de lamentar a perda deles, eu agradeço a Deus por tê-los colocado na minha vida.
Que sejamos mais coerente, maduros e gratos nos momentos ruins, afinal de conta TUDO tem o seu lado bom.
Love
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