10 de agosto de 2013

Procura-se um amigo (Vinícios de Moraes)

Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. 
Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. 
Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor. 
Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. 
Deve guardar segredo sem se sacrificar. Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. 
Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. 
Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. 
Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoa tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. 
Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer. 
Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos. Que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. 
Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. 
Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim. 
Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. 
Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.

P.S: Recebi esse texto de um amigo que disse que recebeu também de uma amiga e que achou tão eu que tinha que me amostrar. Realmente o texto é muito Kate Lins e somente um verdadeiro amigo conseguiria perceber isso.


7 de agosto de 2013

Biiiiiiiiiiiiiiaaaa.....




A dor ainda não passou completamente, mas depois de 2 anos a saudade é o principal sentimento.
Estou pensando muito nela desde ontem, quando vi um programa que falava sobre felinos... 
Ahhhh, quanta saudade de tirar a Bia da frente da geladeira, de espantá-la sempre que arranhava o sofá, de vê-la brincando com calangos capturados no quintal, de ter os sapatos novinhos estragados, de ser acordada todos os dias às 5h para abrir a porta para ela sair do quarto para comer, de limpar xixi feito em local indevido, de vê-la pirando com "quiboa", roubando peru quando estávamos distraídas, ser recepcionada com aquele olhar de preguiça, de ser acalentada pela sua presença quando o coração estava apertadinho, de tirá-la de cima da minha cama, de ver a paixão dela por caixas, de fazer carinho na barriga só por que ela não gostava, de dar bolas, fios e a fins para ela brincar, da paixão pelo "chulé" das visitas... 
Só quem tem um gatinho em casa sabe o quanto esses animais marcam nossas vidas com suas fofurices e denguices. A bia marcou a minha vida, muito e é por isso que ela faz tanta falta na casa das Castro Lins.