19 de abril de 2012

A decisão de ser tatuada

Quando tinha cerca de 18 anos criei uma vontade louca de fazer uma tatuagem, uma bem específica, uma estrela de Davi, essa da foto aí embaixo e exatamente desse jeito, só os contornos.

Mamãe sempre odiou tatuagens e tem um preconceito enorme em relação à pessoas com tatuagens. Ela já seria uma grande desafio pra eu enfrentar se quisesse realmente me "pichar". 
Como se já não bastasse esse desafio, na época, ainda tinha outro, chamado namorado. 
Com todas essas pessoas contra, deixei de lado minha vontade e vez ou outra fazia uma de henna aqui e outra ali, mas sempre era a dita estrela que tanto queria e no local onde tanto queria, na nuca. 
O tempo passou, o namoro acabou, consegui um estágio remunerado e uma certa "liberdade" dentro de casa.
Um belo dia, uma amiga e companheira de trabalho, convidou-me a ir a um tatuador para ajudá-la a encontrar uma tatuagem. Fomos e conversando com o tatuador e olhando milhões de revistas ele disse uma frase que nunca esquecerei e que no mesmo dia pude ter a certeza de que é a mais pura verdade. Ele disse "não é você quem escolhe a tatuagem, é a tatuagem quem escolhe você!".
Continuamos olhando as revistas e nada da fadinha perfeita pra minha amiga aparecer, mas eis que surgiram, em um pé, o meu trio de borboleta, que hoje estão estampadas na minha costa. Elas realmente me escolheram, pois quando bati o olho nelas pensei "escolhi a minha" e olha que esse nem era o propósito, pois eu ainda tinha uma mãe que ia querer tirar meu couro se eu aparece com uma tatuagem em meu  corpo. 
Naquele momento eu decidi que iria fazê-las e como tinha uma pequena economia, dinheiro não era o problema.
Entre decidir e realmente fazer, passou-se 1 mês e durante esse tempo eu pensei em muitas coisas, mas a principal delas é que caso eu realmente fizesse a tatuagem,  de alguma forma eu estaria meio que "filtrando" as pessoas que me cercam, pois não é exclusividade de minha mãe não gostar de tatuagens, muitas outras pessoas também não curtem, assim como existem as que curtem e curtem bastante. Pensei nos amigos e amores que a vida poderia me levar pelo fato de carregar 3 borboletas nas costas... pensei, pensei, pensei e cheguei à conclusão de que EU queria aquelas borboletas e quem quisesse meu amor, seja  ela qual for, teria que aceitar o jeito que eu sou e a arte que eu carrego no corpo, por isso um belo dia decidi que iria fazê-las sim.
11 de outubro de 2007, cerca de 11:00h, em uma passagem na Augusto Montenegro, desenhei-as definitivamente na minha pele e não teve um dia, um minuto sequer que eu tenha me arrependido do que fiz, amo minhas borboletas e pra mim elas tem um significado muito importante, não são apenas 3 borboletas simples, voando em uma  costa estrelada, não, elas são muito mais do que isso.
Aí você me pergunta "mas e a estrela?" e eu lhe digo "pois é, ela não me escolheu!"

Elas

P.S: Escolhi fazer em um lugar onde tenho a possibilidade de poder escondê-las quando preciso e mostrar quando assim eu desejar. 

Ahhhh sim, esqueci de dizer como foi pra convencer mamãe sobre a caçulinha dela ser praticamente uma "delinquente" (de acordo com o pensamento dela)... Liguei pedindo permissão e conversei, conversa sempre é a base pra todos os entendimentos na vida.

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