Apesar de chamá-la de Vó Zezé, na verdade ela era minha bisavó!
Hoje fazem exatos 20 anos que ela se foi. Devo confessar que não me lembrava, até o telefone tocar e minha tia avisar que amanhã será rezada uma missa em homenagem.
Apesar de ter convivido muito poucos anos com ela, lembro muito bem de seu sorriso, do seu cheiro, cheiro de lavanda misturado com talco ao redor do pescoço, seus cabelos extremamente lisos e branquinhos. Ela nunca me viu, pois teve glaucoma antes de qualquer bisneto nascer, mas sempre que chegávamos e íamos tomar bênção, ela tateava nosso rosto e sempre, sempreeee dizia "minha filha está tão bonita". Nunca vou esquecer disso, nunca!
Minha mãe sempre diz que tudo que ela é hoje é culpa da D. Zé, pois ela sempre foi muito guerreira, batalhadora e sempre valorizou muito o estudo. Quem vê minhas tias e minha mãe hoje em dia não tem noção de tudo que elas passaram nos tempo de crianças e adolescência, mas a D. Zé estava lá e sempre fazia com que os problemas fossem superados da melhor forma possível.
Pena que eu tenha convivido poucos anos com ela, queria tê-la como referência assim como minha mãe a tem.
Sinto muuuuuuita saudade dela, sinto falta de não ter tido a oportunidade de demonstrar todo meu amor por ela.
Ainda tenho o último presente que ela me deu, no meu aniversário de 8 anos. Essa posse ao mesmo tempo que me faz sentir bem, também me machuca às vezes. Mesmo a toalha estando velha e com um buraco, eu me recuso a joga-la fora.
Ai, já chega, vou parar por aqui, pois já está me dando vontade de chorar!
Vó Zezé, Iranilza e eu no colo!
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